Missão de Murrupula - Nampula - Moçambique

Amigos da APARF, Sócios, Benfeitores, Colaboradores Anónimos,

Um ano terminou e outro começa; em meu nome pessoal e de todos aqueles aos quais de algum modo eu consigo levar e dar algo, o nosso “BEM HAJAM”.

Desejamos para todos vós um ano de paz, saúde, amor, fraternidade, rezamos a Deus pedindo-lhe as maiores bençãos e graças para todos vós, irmanados no grande mentor que foi e continua a ser Raoul Follereau.

Terminado que foi o ano e feito um resumo, transitam principalmente duas preocupações: 1ª - não ser fácil chegar àqueles doentes afectados dos membros principalmente pés, com feridas, consequências de não terem sido tratados ou em estado já crítico, para os quais a única coisa a fazer era trazê-los do seu “habitat” e proporcionar-lhes o bem-estar possível, tarefa difícil e que necessitava de grande envolvimento a vários níveis; 2ª - crianças desnutridas e idosos para não falar genericamente em fome e pobreza absoluta.

No programa ELAT/ELAL, os serviços de saúde têm esses voluntários mais junto das populações, são eles o pivôt de todo o processo, as populações são dispersas e são eles que vão verificando e alertando para os sinais de manchas, concentrando-as depois num local para serem então observadas. Estes voluntários “Activistas” recebem, quando calha, a participação de 50.000 meticais o que equivale a dois euros; alguns deles têm bicicleta que foram oferecidas aos Serviços de Saúde, são poucas e danificadas. Vendo o trabalho que estes activistas prestam à comunidade, um dos meios de os incentivar e estimular era proporcionar-lhes este rudimentar mas bastante útil, meio de transporte pois cada um na sua área percorre desde os 30 Kms a 70 e mais para contactar a população e levar o medicamento aos que faltam à concentração. Assim, tomo a liberdade e a ousadia de apelar à vossa generosidade para esta iniciativa de oferta de bicicletas, 500 euros que sejam, já se compram 10 ou 12 bicicletas, que tal? Vamos a isso? Bem hajam.

É mais um modo de ajudar no combate à Lepra. Junto uma foto dos remotos pontos de se chegar e como tal apoiar, mas há piores estados do que a foto apresenta.

Passando para outro capítulo menos pesado: Tive a oportunidade de visitar e conhecer a nossa amiga colaboradora e voluntária Sandra, em Ocua, está bem de saúde e alegre por ali estar, ainda não teve malária ao contrário da Guida (Mecubúri) que já repetiu 3ª dose; quanto a mim, graças a Deus, tenho sido de pedra, ferro e cimento, tive apenas uma crise de coluna que me imobilizou alguns dias.

Neste ponto do globo onde a lua não é falsa, o sol gira ao contrário, o relógio do tempo avança vertiginosamente, mas o relógio da vida parece ter parado uns 50 (cinquenta) anos atrás, nem tudo é mau, também acontecem coisas boas, como por exemplo consegui de um outro benfeitor doze bicicletas.

Fico por aqui, desejando a todos uma Santa Páscoa.
Grande abraço de todos para todos e um até breve.
Vosso amigo
Ângelo Bouça - Voluntário da APARF



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