Manhãs do Chibuto (continuação...)

As mães sorriem, riem abertamente, tocam-me, algumas estendem-me as crianças. Vinte minutos em que procuro dar bom dia individualmente a cada criança, avaliar o seu aspecto, saber do seu estado. Vinte minutos intervalados com umas corridas à cozinha para mexer as papas. Estão prontas. Servir cada criança, registar na folha de presenças, e depois verificar como comem. Os sabores vão variando: baunilha, caramelo, raspa de laranja, canela… mas nem sempre esta alternância de paladares vai ajudando. Nos casos mais difíceis sou eu que dou as papas, ou então faço dupla com a mãe: uma tapa o nariz da criança, a outra enfia a colher na boca que se abre para respirar!

Depois de alimentadas vem a fase dos tratamentos: pomada nas feridas, nas conjuntivites, antidiarreicos se necessário, vitaminas para os mais carentes, etc (De tarde será tempo de conversa e conselhos, mimos e brincadeiras).

As crianças tratadas, de barriguinha cheia e medicadas e é tempo de seguir para o mercado, abastecer-me para a próxima refeição: frutas, abóbora e batata doce será a papa que se seguirá à dos cereais matinais.

Esta é a rotina das manhãs do Chibuto, rotina permeada de histórias tristes e/ou alegres (que partilharei convosco), sempre na melhor companhia: as crinaças. E sempre com o melhor apoio: a APARF e todos os que contribuem para este projecto.

Bem hajam.


Ana Maria Oliveira
(Voluntária APARF) 

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