Até um dia, Cubal

O Pedro e a Ana de hoje não são certamente os mesmos que partiram para o Cubal. Só o tempo dirá o quão/como diferentes nos tornámos. Podemos, contudo, afirmar desde já que estamos mais fortes e com mais amor para dar pois foi muito amor que recebemos… Como é difícil pôr por palavras uma imagem que seja de tudo quanto vivemos! Que dias simultaneamente tão duros e tão felizes partilhámos com os mais pobres e com a Comunidade das Irmãs Teresianas. No meio de tudo o mais difícil para nós terá sido o ter que lidar diariamente com a morte e o sofrimento extremo e não se deixar imobilizar por isso, porque logo na cama ao lado há outra vida no limite a precisar de toda a atenção. Sem falsas modéstias, fomo-nos adaptando e soubemos responder, dentro das nossas capacidades e das limitações locais, às solicitações a que fomos sendo chamados.

No Cubal é tal a desproporção entre número de doentes e pessoal médico que podemos verdadeiramente dizer que o trabalho nunca acaba. Perante um mundo tão desigual surge imediatamente a pergunta: “porquê?”… mas esta, na urgência do momento, dá logo lugar a uma outra: “que podemos fazer?”. E o que podemos fazer nunca sendo suficiente é certamente mais uma força a juntar-se a outras que insistem em contrariar esse desequilíbrio.

Obrigado Pai por teres sido a nossa força. Obrigado a vós todos quantos permitis que este projecto (que certamente não acabará aqui) se pudesse ter realizado.

Bem hajam.
Pedro e Ana

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